quarta-feira, 29 de junho de 2016

Histórias de coloridas

Eduarda Burguez

Olá Gurias, tudo bem?
 Como o último post sobre cabelos coloridos teve um retorno bem positivo, gostaria de repetir a dose e fazer alguns especiais  (se você por acaso não leu este texto onde explico toda a forma que faço para colorir meu cabelo, só basta clicar aqui que já te leva direto para o post.)

Nos últimos dias bati um papo bem legal com duas amigas minhas, que também amam mudar o visual a todo momento, e principalmente seu cabelos.

Primeiro gostaria de apresentar a Jaqueline Sobral Demczuk.

Mais conhecida como Jaque, ela é estudante de Artes Visuais na UFRGS e é uma amiga de longa data. Nossa amizade é desde quando nascemos em função de nossas mães, que são amigas desde os 15 anos.
Jaque assim como todo o artista, tem seu estilo próprio de se vestir e de viver. Ela sempre foi bem desapegada com o jeito do cabelo dela, ela nunca mantém a mesma cor ou formato, toda vez que vejo ela, tem um corte novo ou um detalhe que nunca vi.

Fiz as mesmas perguntas para as minhas duas amigas para ver o diferencial entre uma e outra.
Mas também não posso deixar de apresentar minha outra linda amiga.
Essa ai é a Luciane Trento, mais conhecida como Lu.
Lu é fotógrafa e estudante de Moda na mesma faculdade que eu. Nos conhecemos quando fomos colegas de ensino médio. Sempre achei o estilo dela muito parecido com o meu, não apenas de me vestir, mas o jeito meio irreverente de ser. Sempre que a Lu aparecia na aula, estava com uma cor de cabelo, e sempre arrasando.



Encrespa: Quando que você começou a pintar seu cabelo?  
Jaqueline: Eu comecei a pintar com 14 anos de tonalizante preto azulado, era o único jeito que minha mãe deixava, porque era tonalizante e não era uma cor muito chamativa.  
Luciane: Comecei a pintar pelos 15 anos mais ou menos.

Encrespa: O porque de querer pintar e tudo mais?  
Jaqueline: Pintava porque desde essa idade comecei a cortar meu próprio cabelo e querer mudar tudo eu mesma.  
Luciane: Sempre gostei de coisas diferentes, sempre gostei de cabelo de boneca. Achava muito sem graça meu cabelo que era castanho claro, achava meio morto eu e o cabelo. A primeira vez eu descolori ele bem básico em casa mesmo. Pintei ele de roxo com papel crepom, foi minha mãe quem me ensinou e me ajudou. Vi alguém na TV com o cabelo colorido e quis pintar, depois disto nunca mais tive o cabelo da mesma cor.
Só tive meu cabelo da cor natural quando eu estava grávida que não podia pintar. Então raspei meu cabelo, e logo depois que parei de amamentar voltei a pintar o cabelo.
Cabelo atual da Lu, ao seu lado sua linda filha Vitória.
Encrespa: Qual o tipo de método tu usa, usou enfim tudo.  
Jaqueline: Começava pintando as pontas e por último a raiz. esse método é muito bom pra manter um tom nivelado no cabelo.
Luciane: Depois da gravidez, comecei a pintar não mais com cores fantasias, pintava com tinta mesmo. Era Soft Color, pintei de vermelho(se não me engano). Meu cabelo ficou vermelho por um bom tempo, fora isso já pintei com crepom, com Anilina comestível, Anilina para madeira. Já tentei até canetinha! Mas não deu muito certo, não recomendo. Agora recentemente fui ter contato com essas linhas de tinta colorida de uns 4 ou 5 anos pra cá, que experimentei algumas tintas. Já pintei com tudo que tu pode imaginar, o que me diziam que dava certo eu ia lá e fazia. Nunca gostei da minha cor natural de cabelo. Mesmo quando me mandavam usar uma cor mais uniforme no cabelo, usava sempre vermelho intenso, preto, vinho entre outros. Só nunca foi rosa porque eu não gosto de rosa.

Encrespa: Quais são as vantagens e desvantagens de pintar o cabelo nesses métodos?  
Jaqueline: A desvantagem é que pode precisar de mais tubos de tinta, ultimamente isso me aconteceu. 
Luciane: A vantagem depende muito do cabelo, o meu é meio Highlander, ele resiste a muita coisa, mas com certeza a canetinha e a Anilina são os que mais destroem o cabelo, e tem que ficar fazendo muitas hidratações. A vantagem das tintas prontas é que elas não destroem tanto o cabelo. A desvantagem é que ela desbota bem mais rápido, duas semanas já não tem mais cor. A anilina funciona super bem com a duração da cor, já essas coisas de farmácia como Violeta Genciana e Azul de Metileno destroem totalmente o cabelo. Fica lindo, dura muito tempo, mas mancha em tudo quanto é roupa e outras coisas.

Encrespa: Tu tens algum tipo de preparação pré e pós coloração?  
Jaqueline: Por exemplo, esses tempos estou estudando pra fazer um cabelo metade preto e metade branco. Só que para platinar o cabelo eu tenho que tirar todo o pigmento dele e isso leva algum tempo.  
 Já fiz muitas transformações radicais que acabaram danificando meu cabelo, por isso ando cuidando com as descolorações. Depois da coloração eu faço várias hidratações para manter o cabelo.
Luciane: Sou meio doida, não tenho nenhuma preparação Pré. Ás vezes quando a situação está meio crítica no Pós, eu corto ou eu tento fazer um banho de creme, sempre coisas bem caseiras mesmo.

Encrespa: Qual foi a situação mais legal que tu teve refente a teu cabelo? E qual foi a mais bizarra?  
Jaqueline: A situação mais legal é quando as pessoas elogiam e dizem que me pareço com a Mia Wallace do Pulp Fiction que eu gosto muito.  
A mais bizarra foi numa farmácia, uma mulher ficou pegando meu cabelo, na época ruivo, e perguntando as tintas que eu usava, porque a filha dela queria um cabelo daquele jeito.  
Luciane: A mais legal foi recentemente, agora que estou com o cabelo metade branco e metade preto. O filho de uma amiga olhou  meu cabelo e disse: 
- Nossa tu é metade velha e metade nova! 
 Luciane: Eu achei o máximo isso!
Quando eu estava com o cabelo raspado também, as pessoas acham que eu fazia Quimioterapia, e me davam lugar sempre em ônibus, eram extremamente gentis comigo. Em geral é muito engraçado porque tem pessoas que têm ou querem ter o cabelo colorido elas te olham e abrem um sorrisão. Isso é bem interessante, tem meio que uma identificação no meio. Por outro lado tem pessoas que fazem sinal da cruz quando me olham. A situação mais bizarra foi quando pintei ele todo de roxo e passei na frente de uma loja em que estavam pintando num tom parecido como meu cabelo. Eu parei para amarrar meu sapato e o dono da loja saiu para rua. Quando ele me viu, ele deu um grito xingando o rapaz que estava pintando a parede. Perguntando se ele não tinha visto o que tinha feito com a moça que estava passando. Eu olhei para ele e comecei a rir, e ele viu que meu cabelo era mesmo daquela cor, pediu mil desculpas e entrou de novo para a loja com muita vergonha. E o pintor ficou com, uma cara de quem não entendia nada que estava fazendo. Quando eu pintei meu cabelo todo de branco as pessoa me olhavam no ônibus e iam me dar lugar achando que eu era idosa, quando olhavam para minha cara ficavam muito sem graça, eu aceitava o lugar iguale não me estressava, gentileza a gente aceita!
 
Lu com suas madeixas brancas!
Encrespa: Que tu acha que a sociedade pensa de uma pessoa de cabelos coloridos?  
Jaqueline: O único cabelo que considero colorido que eu tive foi rosa e não vi muitas reações ruins. Vejo que as pessoas gostam muito dos ruivos. Minha mãe por exemplo, não gosta que eu pinte de cores muito fantasia, mas eu nem ligo porque eu sempre gostei de coisas diferentes e sei que existem pessoas que não gostam.  
Luciane: A sociedade acha geralmente, ou é alguém que não tem que trabalhar para se sustentar, um filhinho de papai. As pessoas sempre tem esta visão, já que tu quer ter um cabelo colorido não precisa ter emprego. Tu não consegue ter um emprego! E hoje em dia em alguns lugares isso não tem mais stress, principalmente em lugares mais fechados ou mais jovens e modernos.

Encrespa: Acha que a gente pode mudar pensamentos e parâmetros?  
Jaqueline: Com certeza podemos mudar isso, existe tanta coisa mais importante pra se preocupar no mundo. Cabelo faz parte da nossa expressão. Ele fala bastante da gente e eu acho que isso deveria ser levado de uma forma bem mais leve. Como artista considero o cabelo e tatuagens apenas outras formas de botar aquilo que queremos ser pra fora.
Luciane: Acho que a gente deve parar de julgar as pessoas pelas suas aparências, que isto é desde o início dos tempos. Seja cabelo colorido, piercing, tatuagens ou simplesmente a roupa é muito escura, é boa, se é nova ou velha. Isto é um problema sério,as pessoas já fazem um pré julgamento, tem uma pré concepção. Elas acham que pelo jeito de vestir, ela sabem exatamente quem é a pessoa, e isso não é bem assim!

Encrespa: Como você se vê no futuro?  

 Jaqueline: Não sei como me vejo no futuro, de preferência com um cabelo longo meio a meio preto e branco(hahaha). 
Luciane: Eu me vejo no futuro, sim com o cabelo colorido com as cores do arco-íris, menos rosa. Tinha uma deputada que usava umas mechas bem legais! Eu sempre quis ser uma velhinha de cabelo colorido, cheia de piercing e tatuagem, toda tatuada. Se depender de mim vai ficar só o rosto sem tatuagem e olhe lá. Talvez um contorno, mas eu pretendo ser enterrada de biquíni com o caixão aberto porque o cabelo vai estar colorido e a pele vai estar toda tatuada, e eu não vou precisar de roupa. É mais ou menos como me vejo no futuro, trabalhando com moda, que é o que eu gosto. E com liberdade de grana para fazer tudo isso em salão e não em casa. Para sempre ter o cabelo bem colorido e muito lindo. Mas no momento eu estou muito feliz com o meu cabelo, é a cor que está mais durando é este metade preto metade branco estilo Cruella que estou amando. Ultimamente só penso em variações de branco, tipo fazer as pontinhas do branco em preto e descolorir as pontas do preto, ando viajando umas coisas assim. Mas sei que vai dar muito trabalho para fazer.

E para te inspirar segue o vídeo com alguns cabelos coloridos!


Enfim gente, quero agradecer muito as gurias que me ajudaram e muito neste post. Achei que ficou maravilhosa a entrevista com elas. Mostra muito das duas e suas personalidades diferentes e irreverentes.
Espero que isto tudo tenha trazido mais inspiração e coragem para as meninas que querem pintar seus cabelos sem ter medo do que os outros irão pensar!
Obrigada e até a próxima!


Nenhum comentário:

Postar um comentário